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Consultoria celebra 20 anos no mercado e revela detalhes de uma trajetória de muita inspiração, transpiração e humor

 

Qual a sua naturalidade e cidade atual onde reside?

= Niterói, RJ

Você é formada em Psicologia. Essa escolha profissional foi óbvia ou você meio que tropeçou nela, sendo levada até aí pelas circunstâncias?

Sempre quis ser psicóloga, embora me identificasse com outras áreas como arquitetura e cartografia. Mas, quando fiz o vestibular, passei logo para a PUC, que era onde eu queria estudar. Então fui cursar a Psicologia. E também sempre quis atuar na área de Recursos Humanos, mais especificamente em seleção de pessoas.

Em 1985, quando a empresa em que eu trabalhava (Mesbla) faliu, fiquei, de uma hora para outra, sem trabalho. Então uma ex-estagiária minha me matriculou no curso de Grafologia. Sempre usei redação em processos seletivos por achar importante analisar a organização do pensamento, coerência de ideias, nível de português e capacidade criadora do candidato. Então o curso só veio a somar, pois juntei o que eu já sabia com a análise da personalidade, podendo fazer um exame mais completo de quem escreve.

A partir daí, decidi arregaçar as mangas e criar minha própria consultoria.

Como é seu dia a dia no trabalho?

Meu escritório fica no centro do Rio e atuo em várias frentes de trabalho. Hoje estou muito focada em avaliação psicológica para empresas, atendendo à área de seleção, e para porte de armas.

Com a grafologia, faço seleção para empresas, identificação de necessidades de treinamento, perícia grafotécnica para verificação de documentos e assinaturas, Orientação Vocacional para escolas, e estudos de níveis de agressividade para personalidade criminosa. Além disso, ministro cursos e palestras em todo o país.

Consegui atrair a atenção da universidade Estácio de Sá, que me convidou para ministrar o curso no programa de férias e, assim, fiquei por 10 anos. Com isso, consegui me tornar conhecida na área.

Em 2001, transformei minha apostila em livro e já atendia alguns cientes. Em 2010, lancei meu 2ºlivro, sobre como identificar talentos pela escrita e o lançamento aconteceu no CONARH (Congresso Nacional de RH), em São Paulo. Durante a sessão de autógrafos, conheci a presidente da seccional da ABRH, que se encantou com o material e me convidou para ministrar o curso por todo o país.

Em 2014, lancei meu 3º livro, sobre Orientação Vocacional através da escrita. Nesta época, a ong Viva Rio se interessou pelo meu trabalho e me convidou para realizar trabalhos de aconselhamento vocacional para os jovens de baixa renda que desejavam ingressar no mercado de trabalho. Este trabalho me rendeu o prêmio Carioca Nota 10 da Revista Veja Rio.

Estendi este trabalho a outras ongs como Meninos de Luz, em Copacabana, ong Gente Brasil, em Niterói, e nas comunidades da Portela e Mangueira.

Em 2016, fui convidada a integrar o conselho da Mulher Empresária, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Em 2017, me associei a START.SE BASE Aceleração de startups, que oferece mentoria para orientar e fortalecer o comportamento empreendedor. Como psicóloga e grafóloga, faço estudo da personalidade pela escrita para identificar habilidades e competências e colocar em prática os talentos de forma mais eficaz, encontrando assim maior realização pessoal e profissional.

Desde o início do ano, sou autora da coluna Mercado de Trabalho no Jornal FOLHA DO RIO DE JANEIRO. Também realizo avaliação psicológica para porte de armas para Polícia Federal e perícia grafotécnica, verificando a veracidade de documentos e assinaturas.Sou Idealizadora e coordenadora do Projeto M.A.I.I.S. (Mentoria + Autoconhecimento + Inovação + Impulso + Sucesso): Programa de Desenvolvimento de Competências para Empreendedores, que visa proporcionar experiências interativas e transformadoras, contribuindo para descoberta de novos talentos e negócios.

Desde 2010, sou certificada com o selo WEC – Fornecedor de Conteúdo.

Segundo sua experiência, quais são as maiores dificuldades na sua área de atuação? E as maiores oportunidades?

Na área da grafologia, esbarramos com o problema do desconhecimento geral em torno do assunto. As pessoas tendem a achar que se trata de adivinhação, esoterismo, etc. Também temos o problema do Conselho de Psicologia não reconhecer a grafologia com ferramenta científica.

As maiores oportunidades estão exatamente no poder da ferramenta, já que as pessoas não sabem a extensão de sua análise. Através dela, podemos analisar traços de comportamento e caráter, tipos de relacionamento, níveis de ambição, grau de inteligência, habilidades criadoras, agressividade, ambição, liderança, comunicação e até desempenho sexual.

Comecei a oferecer, no Facebook e Linkedin, degustações com breves análises das escritas de quem envia a redação. E isto está me trazendo excelente resultado, pois assim consigo mostrar a eficácia da ferramenta.

Também ministro muitas palestras e oficinas gratuitas para divulgar a ferramenta e a metodologia, que me dão excelente resultado.

Do ponto de vista de insight pessoal, houve alguma experiência que você considera divisora de águas em sua trajetória profissional?

Sim, o curso de grafologia, como foi citado acima.

Quais seriam as principais qualidades que alguém deveria ter para ingressar no seu ramo de trabalho?

Em primeiro lugar, curiosidade. Impossível trabalhar com pessoas e não ser curioso. Também é fundamental ter escuta, acolhimento, empatia, paciência, observação e intuição, todas pelas mesmas razões – trabalhar com ser humano.

E, mais que essencial é ter liderança, pois devemos ter a rédea da situação para poder conduzir os processos.

Quais acredita serem os mitos mais comuns da sua área de atuação?

As pessoas costumam ter uma visão distorcida das pessoas de RH. Até entendo que rola muita indicação de candidatos que acabam correndo por fora num processo seletivo. Mas isso não é uma regra, e confesso que não vejo isso em meus clientes.

Se não trabalhasse na sua área atual, o que gostaria de fazer profissionalmente?

Trabalharia com educação, talvez até em um cargo político, mas sempre com objetivo de desenvolver pessoas. Mas gosto muito de costura e artesanato, pois tenho boas habilidades manuais.

Quais livros na sua prateleira estão implorando para serem lidos?

1º – Economia dos desajustados, de Alexa Clay, sobre o que as comunidades utópicas e hippies têm a nos ensinar sobre criatividade e inovação.

2º- Normose – a patologia da normalidade – Pierre Weil,Roberto Crema

Qual a sua frase?

Não foque no problema – foque na solução!

Qual o seu lazer predileto quando não está trabalhando?

Fazer trilhas, escaladas e caminhadas em locais de serra e cachoeira. Nada de praia.

Como definiria sua filosofia de vida?

Melhor ser feliz que ter razão. E isso vale para tudo.

Onde você se vê daqui a 5 anos? E 10 anos?

Acabei de assumir a diretoria de associados da Associação Brasileira dos Mentores de Negócios. Hoje meu trabalho está direcionado para mentoria de negócios, com foco na orientação e fortalecimento do comportamento empreendedor e startups. Estou me especializando nesta área para ter minha própria escola de desenvolvimento de empreendedores.

Se pudesse encontrar consigo mesmo aos 20 anos de idade, que conselho se daria?

Ao longo dos anos, desenvolvi minha espiritualidade e, quando tenho alguma dúvida ou dificuldade, entrego a Deus. Então, eu teria iniciado este processo mais cedo e diria: Entrega a Deus – tudo a seu tempo.

Qual seria seu conselho para alguém que está iniciando a carreira no mercado de trabalho?

Gosto muito da frase que diz: “Eu posso te dar a comida, mas não posso te dar a fome.” Então é o que digo à minha filha, de 23 anos, e a todos os jovens que atendo: garra, disposição, comprometimento, responsabilidade, escuta e convicção.

Você é responsável pela DOM GRAPHEIN, uma aceleradora de talentos. Exatamente como funciona esta dinâmica? Entrevistas pessoais, análise de currículo, garimpagem por meio de redes sociais?

Tudo isso. Faço muita divulgação em redes sociais, ministro palestras em empresas e escolas e publico artigos para divulgar meu trabalho.

Hoje faço pouca seleção – meu trabalho está mais voltado para avaliações psicológicas, que são testagens no final do processo seletivo para escolher entre 2 ou 3 candidatos.

Você é especialista em Grafologia. Até que ponto esse ramo de atividade pode ser considerado uma ciência de fato?

É uma ciência social. Trata-se de um estudo da personalidade de quem escreve. Assim como todo mundo tem sua forma de andar, gesticular, falar e se vestir, também tem sua forma de escrever.

O ato de escrever é inconsciente e responde aos impulsos cerebrais – quem escreve é o cérebro e a escrita é influenciada por todos os tipos de impulsos nervosos. Cada pessoa tem seu estilo de comportamento e, diante de uma mesma tarefa, cada um irá organizar a situação a seu modo.

A grafologia é a análise da personalidade e do caráter observada na escrita. Neste sentido, seu campo de aplicação torna-se infinito, pois tudo que envolve o comportamento humano pode ser subsidiado por ela.

Um arquiteto, ao elaborar um projeto de decoração, pode recorrer à grafologia como ferramenta de diagnóstico para ter mais informações sobre seu cliente e, assim, traçar o ambiente em harmonia com a personalidade da pessoa.

Um professor pode distinguir melhor seus alunos e até mesmo identificar sinais de alarme na conduta de crianças e adolescentes pela observação mais aguçada de suas escritas.

Um médico também pode ter uma análise clínica facilitada pela grafologia quando, ao avaliar a escrita de um paciente, identifica degenerações gráficas motivadas por doença ou disfunção orgânica (Grafopatologia).

Terapeutas igualmente têm lançado mão da ferramenta para auxiliá-los no diagnóstico de seus atendimentos, bem como advogados e juízes recorrem à laudos grafológicos para avaliar mais a fundo a natureza de seus clientes.

Neste sentido, as pessoas, de uma maneira geral, também podem buscar se conhecer mais pela escrita (laudo individual para o autoconhecimento) e até identificar que profissão seguir ao observar na redação suas habilidades e competências.

Existem evidências comprovando que é possível realmente mapear o perfil de uma pessoa pela letra? Poderia citar alguns trabalhos nesse sentido?

É um estudo e, como todo e qualquer trabalho que diga respeito ao ser humano, é subjetivo. O ser humano não é exato, então nenhuma ferramenta que meça o comportamento o será. Nem a medicina é exata – um remédio que pode te curar, pode me matar.

Mas o homem sempre precisou se comunicar. Então criou símbolos que transmitissem suas ideias aos demais.  A partir daí, estudiosos, filósofos e pensadores começaram a perceber que existia uma semelhança entre os riscos nas paredes e os traços de comportamento.

Assim, a inclinação da letra para a direita, por exemplo, sinaliza que nos inclinamos aos nossos objetivos e áreas de interesse. Se invertemos a escrita (inclinamos para a esquerda), isso sugere desconfiança, defensividade e renúncia.

Especificamente sobre seu livro A Personalidade Através da Escrita, cuja 4ª edição foi lançada na Bienal do Rio (agosto/2017):

Este é seu primeiro livro? Poderia nos falar um pouco sobre ele?

Este é o terceiro livro.

A ideia de escrever este livro vem da necessidade de estudantes em buscar sua trajetória profissional e profissionais de RH que querem ter a grafologia como mais uma ferramenta para identificação de comportamentos e talentos relativos às ocupações organizacionais.

Ao longo de mais de 10 anos, reuni escritas com os mais diversos significados e os mais diferentes desenhos e movimentos gráficos, transformando-as num verdadeiro acervo para pesquisa e estudo.

Para ilustrar esta obra, selecionei redações de pessoas, conhecidas ou não, que quiseram participar deste projeto, e tomei o cuidado para que cada escrita estivesse relacionada à uma profissão e que cada um dos participantes fossem profissionais de sucesso em suas áreas.

As carreiras elencadas são aquelas em alta no mercado hoje, dentre todos os cursos superiores existentes no Brasil. Porém, acrescentei a esta lista profissões de nível técnico e politécnico, por acreditar que existe uma grande demanda de trabalho nestas áreas.

Em resumo, é uma obra que engloba uma gama de campos de atuação, com suas características e descrições de atividades, incluindo o perfil de habilidades e competências, indicativos de como deve ser a escrita deste profissional e um grafismo para lustrar cada profissão.

Que escritores serviram de inspiração?

Meu referencial teórico para todos os meus estudos é o Carl Jung.

Como estruturou sua agenda para escrevê-lo? Escrevia todo dia apenas o quanto quisesse ou estabeleceu uma meta mínima diária de páginas?

Quando pensei em publicar o primeiro, eu já tinha uma apostila que usava nos cursos. Então decidi transformá-la em livro. Aí reservei um horário diário de 2 horas pela manhã todos os dias, e eu mantinha uma rotina rígida e disciplinada. Em um ano, consegui organizar todo o material.

Neste período e ao longo dos anos, com todos os meus atendimentos, fui catalogando muitas redações (algo em torno de 10 mil escritas).

Aí, parti para o segundo livro, que é sobre competências através da escrita. Neste, fui consultando meus clientes e fazendo as definições das competências em parceria com eles.

E o terceiro, acabou nascendo quase que espontaneamente, pois já tinha muito material catalogado.

Já se sentou para escrever e deparou com a famosa frase “deu branco!”? Como fez para vencer este bloqueio? Qual foi a maior dificuldade no processo de escrita desta obra?  

No caso do 1º livro, ele foi produzido no ano de 2000. Nesta época, os recursos digitais eram muito limitados. Muitas imagens tinham que ser recortadas na mão mesmo…rs

A partir daí, ficou fácil, pois tenho tudo armazenado no computador e conseguimos manipular as imagens.

E qual foi a parte mais prazerosa?

Ver a materialização daquilo que eu observava no dia a dia e não encontrava em nenhuma bibliografia. Minha maior satisfação é quando alguém diz que meu livro salvou sua vida…rs

Houve necessidade de muita pesquisa?

Sim, mas como fiquei muitos anos trabalhando com recrutamento e seleção, fui guardando as redações.

Existe alguma mensagem oculta na obra que você gostaria que seus leitores captassem?

Sim – a grafologia se aplica a tudo que você for fazer na vida, seja contratar alguém, escolher uma carreira, definir um ambiente, decorar uma casa, escolher uma cor de parede, conhecer o ponto fraco de alguém para saber como lidar com ele, fazer amizades, namorar, casar e tudo o mais que você seja capaz de imaginar ao conseguir definir como uma pessoa se comporta e que tipos de atitude ela pode vir a ter. Trata-se de uma poderosa ferramenta de autoconhecimento.

Como definiu o título?

Tive sugestão das editoras, que entenderam que deveríamos ter um cunho comercial e de fácil busca na internet.

Existe alguma história sobre o processo de confecção do livro que você ache curiosa?

Em todos os 3 livros, quis usar letras de pessoas conhecidas, mas algumas ficaram meio receosas com o que seria revelado sobre elas. No último livro, o de Profissões, tem várias pessoas conhecidas minhas, o que acho muito legal usá-las com cases….rs

Alguma recomendação para quem tiver interesse em explorar mais a fundo o tema que você abordou?

Sim, criei um QUIZ que está no meu site. No link, você pode responder como é sua letra e ele vai te dar algumas possibilidades profissionais. Este QUIZ fez tanto sucesso que o Programa Como Será, da Rede Globo, incluiu em seu site.

Toda sexta-feira, publico no Facebook e Linkedin uma degustação de análise de escrita. Recebo muitas e tenho uma fila de espera, mas o resultado é sensacional – as pessoas adoram.

Além disso, sempre na 1ª segunda-feira do mês, promovo no meu escritório uma oficina gratuita, onde ensino a analisar uma redação que distribuo. A cada encontro, uso uma redação diferente e a pessoa que quiser, pode participar de todos os eventos, pois estará sempre aprendo algo novo.

Existe algum ponto que você gostaria de incluir nesta entrevista?

Ao longo dos anos, tive muitos exemplos de reconhecimento pelo meu trabalho. Recebi muitas premiações, diversos convites e participei de vários programas de TV e rádio.

Mas um fato que me deixou muito feliz foi quando recebi o prêmio de reconhecimento Carioca Nota 10, da Revista Veja Rio.

Eu tinha começado a fazer atendimento de Orientação Vocacional aos jovens carentes que eram atendidos na Ong Viva Rio, quando conheci uma assessora de imprensa que se encantou com o trabalho e perguntou se eu teria interesse em entrar na fila para integrar a coluna da revista.

Claro que eu, imediatamente, topei, mas a minha grande surpresa foi que o jornalista da revista, ao ver meu material, também se encantou e passou na frente para publicar meu trabalho. Foi o tempo de receber o fotógrafo, responder as perguntas da entrevista e, na semana seguinte, lá estava eu na coluna da revista.

E uma matéria que realizei com o Caderno Ela, do Jornal O Globo. Eles quiseram falar especificamente da análise do desempenho sexual através da escrita e precisei buscar celebridades que topassem o desafio. Foi um trabalho diferente e divertido, pois levou até às pessoas mais uma possibilidade de descoberta do ser humano.

 

Como nossos leitores podem descobrir mais sobre seu trabalho?

Website: WWW.domgraphein.com

Facebook: https://www.facebook.com/luciana.boschi

Lnkedin: https://www.linkedin.com/in/mentoriaempregosgrafologia/

Página / URL para adquirir ou baixar seu livro: https://domgraphein.com/livros/

Entrevista: “Traços que nos denunciam”
Luciana Boschi, Psicóloga, destaca os diferenciais da Grafologia para a área de Recursos Humanos. Luciana Boschi se dedica aos estudos sobre Grafologia há 12 anos

Uma folha de papel revela um universo de situações sobre uma pessoa capaz de mostrá-la ao mundo de forma mais verídica do que em uma entrevista de processo seletivo. Pelo menos é o que garante Luciana Boschi, Diretora da Dom Graphein (www.domgraphein.com), empresa especializada no mapeamento de competências e habilidades por meio do estudo minucioso dos mais variados formatos dos traços das letras.

No livro “Grafologia e Competências – Identificando talentos através da escrita”, pela Qualitymark Editora (parceira da Grupo LET Recursos Humanos), Luciana oferece ao mercado caminhos bem interessantes às empresas de como preencher seus postos de trabalho com profissionais realmente adequados.

Psicóloga graduada pela PUC-Rio, com MBA em Administração de Sistemas Gerenciais (UFF – 1993) Marketing (UFF – 2007), Luciana atuou durante muito tempo no Recrutamento e Seleção (RH) da antiga Mesbla. Há 12 anos, em 1998, quando saiu da Mesbla fez um curso de Grafologia, ela assegura que não tinha pretensão e a visão de que esta pudesse ser uma área tão específica e com ampla demanda dentro de Recursos Humanos. “Ao final do curso me identifiquei muito com a ferramenta de Grafologia e iniciei trabalhos específicos nesta área, fruto do convite de alguns profissionais de minha rede de contatos que começaram a me solicitar trabalhos e cursos sobre este tema”, lembra Luciana.

Somente no ano de 2009 emitiu cerca de 1000 laudos grafológicos. Em 12 anos já emitiu laudo até mesmo de presidentes de empresas, como o da Wizard Idiomas. Já passaram por suas mãos redações de atuais profissionais de empresas como AmBev, Petrobras, Wizard, Rede Globo, Bradesco Seguros, Oi, entre outras.

SITE DO GRUPO LET  – Por que tem aumentado tanto a demanda pela Grafologia no mercado?

Luciana Boschi  – Por várias razões. Primeiro por ser uma ferramenta fácil de ser aplicada. Requer apenas um papel totalmente em branco e sem linhas e uma caneta esferográfica. Seguimos alguns padrões. Pedimos uma redação na qual a pessoa não pode escrever no verso do papel, para que possamos avaliar o grau de profundidade da escrita. Ela pode fazer o rascunho e passar a limpo quantas vezes quiser, mas tem que entregar os dois. Não requer nenhum material sofisticado e é a única ferramenta técnica da qual se tem conhecimento que revela traços de caráter.

SITE DO GRUPO LET  – Explicando ao leigo, o que é a Grafologia e o que ela pode medir?

Luciana Boschi  – A Grafologia é a análise da personalidade através dos traços da escrita. Então quando entrego uma folha de papel em branco a uma pessoa é como se lhe desse um universo. Desse modo, vamos avaliar como a pessoa se expande dentro daquele universo. Se a escrita é grande, pequena, como é o espaçamento entre as letras, como é a distribuição das letras no papel. E medimos por meio disso tudo o comportamento, o caráter, traços de personalidade, habilidades, competências, como capacidade de se relacionar, nível de ambição, entre outros.

SITE DO GRUPO LET  – E com qual embasamento científico você pode dizer que traços medem comportamentos?

Luciana Boschi  – Por meio de estudos. A Grafologia começou em meados do século 16, quando pensadores, filósofos e escritores, começaram a perceber que existia uma correspondência entre traços escritos e traços de personalidade. Por exemplo, se a minha escrita está inclinada para o lado direito, em geral, revela uma tendência de pessoas que se inclinam em direção aos seus objetivos, que se entregam com determinação a isso. Quem escreve é o cérebro, ao enviar impulsos elétricos.

SITE DO GRUPO LET  – Que diferenças no processo cerebral e comportamental existem entre escrever à mão e digitar um texto ou escrever no teclado do computador?

Luciana Boschi  – A digitação no computador é mecânica, enquanto a outra é um exercício de expressividade, na qual você projeta sua personalidade.

SITE DO GRUPO LET  – Por que as curvas de nossas letras indicam diferenças em nossos comportamentos? Dê exemplos disso.

Luciana Boschi  – Não são as curvas nas letras que indicam diferença no comportamento. Uma escrita com pontas diz que a pessoa tende a ser resistente, se proteger, podendo ser até intransigente. Em compensação tende a ser firme, dura, líder. A curva na letra é sinal de sedução, de que eu consigo as coisas por meio da maleabilidade, da negociação, do convencimento. O que indica a mudança de comportamento de uma pessoa é qualquer alteração de formato dentro da mesma escrita. Quando uma pessoa começa a escrever de um jeito e termina de outro, vai revelar uma instabilidade de energia, de humor. Indica desequilíbrio.

SITE DO GRUPO LET  – Percebemos por meio da leitura de seu livro que o mesmo formato de letra pode indicar, ao mesmo tempo, aspectos positivos e negativos de comportamento. Por que?

Luciana Boschi  – Porque todos nós temos defeitos e qualidades. Por exemplo, se por um lado a escrita em curva vai falar das pessoas que conseguem seus objetivos por meio de convencimento na docilidade, em contrapartida são pessoas com menos iniciativa, que vencem muito mais pela sedução do que pela energia própria. Trata-se de uma análise quantitativa: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose; então a análise do comportamento de cada um vai sempre depender da quantidade de elementos positivos ou negativos que a pessoa apresente no momento. É bom sempre deixar claro que a Grafologia revela tendências, caminhos.

SITE DO GRUPO LET  – Como você avalia uma pessoa cujo formato da letra que escreve vai mudando ao longo do tempo? O que explica isso?

Luciana Boschi  – Todos nós mudamos e a escrita vai mudando também. O que explica esta mudança da letra é a nossa mudança interna. A letra apenas reflete esta mudança. Se você analisar suas letras há dois, cinco ou dez anos atrás, verá que há diferenças. Junto às letras da minha filha desde pequena (seis anos – hoje ela tem 15) e vou percebendo a evolução dela. As pessoas passam por perdas, ganhos, sucessos, fracassos e a letra denota todas essas transformações. Ela também amadurece. A letra é apenas uma fotografia daquele momento da pessoa.

SITE DO GRUPO LET  – Nos processos seletivos em RH as letras podem identificar talentos. Como podemos, por exemplo, saber somente olhando para o jeito de escrever que alguém tem capacidade para ser um bom médico, ou um bom engenheiro, um bom jornalista ou ainda um bom líder em alguma atividade?

Luciana Boschi  – Porque identificamos traços comportamentais de personalidade que definem perfis específicos. Ao mostrar um exemplo de letra em curva – Observe esta letra aqui; é uma letra de pessoa com menos iniciativa, mas em compensação é uma pessoa com maior capacidade de argumentação, com mais disciplina, organização. Ele é candidato, por exemplo, a uma vaga de Monitor de Assistência Técnica. Para esta vaga ele tem o perfil porque ele tem concentração, é uma pessoa paciente, calma.

SITE DO GRUPO LET  – O que pode indicar em relação ao tipo de profissional aquela pessoa cuja letra cursiva nós mal conseguimos ler, está cheia de garranchos e muito esticada? Por que?

Luciana Boschi  – Depende. A legibilidade está associada à clareza na comunicação. Quando mais eu me procuro fazer clara isso se associa à minha capacidade de me fazer ser compreendida. Escritas ilegíveis em geral indicam pessoas com dificuldade de comunicação, profissionais não muito transparentes. Pode ser uma pessoa que não gosta de dizer o que pensa.

SITE DO GRUPO LET  – Como você interpretaria do ponto de vista psicológico uma pessoa que tem resistência à escrever qualquer coisa à mão?

Luciana Boschi  – Em geral muita gente hoje tem resistência a escrever mesmo. É uma tendência mesmo de mercado em função das pessoas utilizarem mais o computador.

SITE DO GRUPO LET  – Por que é importante analisarmos sempre o texto juntamente com a assinatura da pessoa?

Luciana Boschi  – Porque o texto revela o nosso comportamento social, enquanto a assinatura mostra o nosso íntimo. Se você tem um texto no qual não há assinatura indica que uma pessoa se comporta socialmente, mas não gosta de revelar seu íntimo. Por exemplo, cada localização de uma assinatura tem uma interpretação diferente. A assinatura é fundamental para poder confirmar ou desmentir aqueles aspectos que a pessoa revela socialmente. Sendo assim, não é possível analisar um texto sem a assinatura. Quanto mais parecida a assinatura com o texto, melhor é a pessoa em termos de autenticidade de comportamento. Por exemplo, escritas ascendentes, com letras em direção de subida, indicam pessoas ambiciosas, proativas, com entusiasmo, energia; mas pode ter uma assinatura descendente, com as letras voltadas para baixo. O que é isso? O “dono” da letra e assinatura tenta apresentar um comportamento com mais energia, tenta superar as dificuldades; mas no seu íntimo tem problemas de auto-estima, de conseguir se aceitar, entre outros. Em resumo, pode estar em um momento que não reúne energia para superar dificuldades. Mas pode também ser apenas uma situação passageira.

SITE DO GRUPO LET  – Em um processo seletivo no qual se analisa o texto junto com a assinatura; esse “casamento” entre ambos é importante para definir a classificação de um candidato, por exemplo, para um cargo de Vendedor que exija muito contato com o público, ou para um cargo de nível gerencial?

Luciana Boschi  – Sim, para estes cargos, sem dúvida é muito importante o casamento entre texto e assinatura! Se você precisa de uma pessoa que tenha ambição, esta característica deve se revelar no que a pessoa se mostra e no que a pessoa é; porque caso contrário, pode ocorrer uma situação em que um Vendedor, por exemplo, no primeiro “não” que ouvir de um cliente ele vai fraquejar. Qualquer pingo do i, barra do t, curva do b, todo detalhe da letra é analisado.

“A Grafologia é uma ferramenta bem menos manipulável pelos candidatos de um processo seletivo”- Luciana Boschi

SITE DO GRUPO LET  – Como costuma indicar ser o tipo de letra de um profissional que:
….sabe administrar o tempo?

Luciana Boschi  – A análise da letra é um conjunto. Nunca analisamos um traço isoladamente. Neste caso específico, o conjunto de traços de uma pessoa que sabe administrar o tempo apresenta um espaçamento regular entre as palavras e entre as linhas. As palavras terminam da mesma forma que começam, porque essa pessoa tem a mesma energia para começar e para terminar uma ação. Não são pessoas impacientes que começam a palavra com um tipo de traço e encerram com outro tipo.

….sabe administrar conflitos?

Luciana Boschi  – Estas pessoas também têm letras, palavras e linhas com espaçamento regular, porque isso vai dizer também que eles têm bom discernimento para saber entender as pessoas e equilibrar as relações. Essas pessoas sabem distribuir muito bem o seu texto em um papel, nunca concentrando muito as letras em um único canto do mesmo.

….tem facilidade em lidar com pressões?

Luciana Boschi  – Aqui pelo menos a direção das linhas é bem retilínea ou ascendente. Nunca a direção das letras é descendente. Os traços são firmes, nunca tremidos.

….tem muito resistência à mudanças?

Luciana Boschi  – São escritas muito caligráficas, redondinhas demais, “do tempo em que a professora primária pedia para fazer”. Indicam pessoas que não mudaram desde o jardim de infância. São pessoas que repetem modelos e não dão contribuições. Mudar não será a natureza dela.

….é absolutamente altruísta?

Luciana Boschi  – São escritas em forma de arco invertido, por exemplo: quando o “m” é escrito em forma de “u”. São pessoas resilientes, abertos a críticas. As letras são inclinadas, seja para um lado ou para outro. Há muito pouco espaçamento entre letras e linhas.

….assume riscos calculados?

Luciana Boschi  – É uma escrita totalmente vertical, sem qualquer inclinação. Em princípio indica uma pessoa que “fica em cima do muro”.

….tem extrema facilidade de ouvir as outras pessoas?

Luciana Boschi  – São escritas bem espaçadas e que escrevem pouco texto. As pessoas que falam muito, em geral, escrevem texto demais, puxam setinhas para explicar, fazem emendas.

SITE DO GRUPO LET  – Que peso a análise grafológica deve ter no todo de um processo de recrutamento e seleção para um cargo específico?

Luciana Boschi  – A Grafologia é o meu “braço-direito” em um processo seletivo. É decisiva! Considero que esta etapa deve ser posterior à triagem do currículo, mas anterior à entrevista pessoal ou coletiva. Pela análise comportamental dos traços que a pessoa apresentou em sua redação vou conduzir a minha entrevista de forma a buscar confirmação daquela tendência. Só que eu acredito mais na Grafologia do que na entrevista, pelo fato de que ao falar o candidato pode mentir, mas não consegue fazê-lo ao escrever. A escrita denuncia o que as palavras podem estar dissimulando. A escrita é muito menos manipulável. Em relação à dinâmica de grupo penso que a grafologia também tem força. Há candidatos que fazem teatro; mas não podem esconder aquilo o que está em seu cérebro. E mesmo a pessoa estando nervosa para escrever a escrita dela não se altera.

SITE DO GRUPO LET  – É possível uma análise grafológica emitir um tipo de avaliação que desminta a atitude que o candidato apresentou na dinâmica de grupo?

Luciana Boschi  – É sim! Há muita gente que vem treinada para entrevistas e mesmo para dinâmicas de grupo. Nos traços da escrita posso ver com clareza se a pessoa de fato tem um perfil de liderança. Cada pessoa que avalio grafologicamente emito um laudo que comparo, geralmente, ao perfil da vaga fornecido pelo gestor.

SITE DO GRUPO LET  – Quais são as maiores vantagens para os profissionais de RH que contratam este serviço como um suporte das ferramentas de RH?

Luciana Boschi  – Eles adquirem uma ferramenta mais fiel, precisa, assertiva e menos manipulável pelos candidatos. E isso pode ser comprovado por inúmeras situações do cotidiano. Tenho sempre um feedback muito positivo das empresas em relação aos candidatos admitidos via exames de Grafologia. Conto com clientes que me acompanham há mais de 10 anos e não abrem mão da análise grafológica na etapa final do processo seletivo.

SITE DO GRUPO LET  – Existe alguma variável na Grafologia que faça diferenciação entre canhotos e destros? Qual? Por que?

Luciana Boschi  – Não. Isso não faz diferença alguma para a análise dos traços.

SITE DO GRUPO LET  – Para onde caminha atualmente o estudo da Grafologia?

Luciana Boschi  – Existe em São Paulo a SOBRAG (Sociedade Brasileira de Grafologia) a qual sou filiada. Estão tentando dar uma força à Grafologia, que infelizmente não é uma ferramenta com reconhecimento científico. Esta é uma questão política. No Brasil a Grafologia está se expandindo, mas esta já é uma ciência muito desenvolvida na Espanha, na Itália, na França, países berço da Grafologia. No Brasil por se tratar de uma ferramenta ainda relativamente cara acaba sendo mais solicitada para os cargos de nível médio e superior. Aqui na Dom Graphein evitamos utilizá-la para cargos de nível fundamental, uma vez que essas pessoas tendem a ter mais dificuldade em desenvolver um tema.

SITE DO GRUPO LET  – Além de Recrutamento e Seleção, a Grafologia pode ser usada para a realocação do profissional para outro cargo dentro daquela empresa, a chamada reestruturação profissional?

Luciana Boschi  – Sim, para esta função a Grafologia também tem alto índice de assertividade. Por vezes a empresa muda muito, em função de fusões, aquisições, muda a equipe e as pessoas precisam ser redirecionadas. A análise dos traços de suas letras auxiliam o casamento dessas novas competências exigidas pela empresa que mudou.

SITE DO GRUPO LET  – Por favor, faça uma avaliação da personalidade deste jornalista (Alexandre Peconick) por meio de duas frases que você me dite para eu escrever. O que a minha grafia (imagem abaixo) indica sobre minha personalidade e sobre minhas competências profissionais?

Luciana Boschi  – Os formatos de “triângulos” e muitas de suas letras indicam imposição das idéias. Você consegue fazer valer seus pontos de vista, se fazer ouvir. Como sua escrita é profunda você denota muita intensidade no que faz, força de vontade e energia. É uma pessoa batalhadora, firme e determinada. Você é uma pessoa que respeita as regras sociais, com boa capacidade de adaptação. Sua escrita é tipográfica, o que revela uma pessoa que, em princípio, não gosta de se mostrar, é defensiva. É flexível no trabalho, mas autoritário dentro de casa.

O “s” ligado à outra letra revela uma pessoa ciumenta, que gosta de demarcar território, que valoriza suas conquistas. Ao mesmo tempo é uma pessoa com alta capacidade de liderança, de iniciativa.

A letra “A” que se parece com o número “2” pode indicar preocupação financeira.

Em relação à sua assinatura, enfeitada e ascendente, indica uma auto-estima elevada. A assinatura próxima ao texto, como a sua, indica pessoa que assume o que diz e faz o que diz, não volta atrás de uma decisão. Sustenta suas idéias. Você é autêntico.

Alexandre Peconick  |  publicado em http://www.grupolet.com | 01/03/2010