A letra de cada ser humano é tão única como sua impressão digital e pode ser usada para saber mais a respeito da personalidade,do caráter, das competências profissionais e até mesmo sobre saúde. O SRZD mostra um pouco mais sobre a grafologia, o instrumento usado para estudar a escrita, que tem sido usada em processos seletivos por diversas empresas, em tribunais e outras atividades.
– Dicas e exemplos de análise de textos
“A escrita é uma fotografia do estado de ânimo, por isso a letra pode mudar. Por exemplo, se a pessoa dormir mal, vai escrever de uma forma diferente. Porém, a essência da escrita, os traços continuam presentes”, destacou a grafóloga Luciana Boschi ao SRZD . Ela trabalha há 15 anos com análises grafológicas, em especial para recursos humanos.
“O campo da grafologia é muito amplo. Alguns grafólogos podem ajudar médicos a identificar doenças, por exemplo, o jeito que uma pessoa escreve pode revelar um problema renal ou de estômago. Eu trabalho com processos seletivos, orientação vocacional, laudos para tribunais. Além disso, faço análises individuais para quem quer se conhecer melhor, mas uma mulher até já me procurou para tentar descobrir se o marido estava tendo um caso extraconjugal”, explicou Boschi.
Para fazer a análise, o grafólogo precisa apenas de um texto, de cerca de 20 linhas, escrito em um papel sem pautas (linhas) e assinado pelo autor. O tema pode ser livre, sendo possível até analisar textos escritos e outro idioma.
“A gente pode fazer análises em outros idiomas, pois o que importa é a letra mesmo. Porém, se der para entender é melhor, pois podemos avaliar a emoção, a maturidade do autor. Na análise, o texto vai nos revelar o comportamento social, como a pessoa se mostra para os outros, seria o ‘como as pessoas me veem’. Já a assinatura é individual, ela revela como a própria pessoa se vê. Por exemplo, quando um alguém assina de forma ilegível pode tentar se esconder. Se a assinatura for muito diferente do resto do texto, pode mostrar uma dissimulação”, esclareceu a grafóloga ao SRZD .
“O espaço gráfico, a ordem, a dimensão, a forma, a ligação, a pressão, a velocidade, a inclinação, a continuidade, a direção e as margens são os pontos básicos que usamos para fazer a análise para o laudo. Além disso, as rasuras também podem revelar dados de personalidade. Por exemplo, quem erra ao escrever e depois risca tudo para cobrir pode revelar que a pessoa tem problemas para assumir seus erros ao contrário daquelas que apenas riscam com traço limpo”, completou. Boschi também avisa que não adianta a pessoa tentar disfarçar a letra, pois o grafólogo irá perceber.
“Não tem como tentar camuflar a letra, pois no momento em que você começa a se concentrar e se envolver com o texto a sua verdadeira letra vai se revelar. O consciente relaxa e o inconsciente vai entrar em ação. O grafólogo tem como perceber a desonestidade na escrita”, concluiu.
Laura Machado | publicado em http://www.sidneyrezende.com/editoria/ciencias | 23/10/2011