Luciana Boschi, Psicóloga, destaca os diferenciais da Grafologia para a área de Recursos Humanos. Luciana Boschi se dedica aos estudos sobre Grafologia há 12 anos
Uma folha de papel revela um universo de situações sobre uma pessoa capaz de mostrá-la ao mundo de forma mais verídica do que em uma entrevista de processo seletivo. Pelo menos é o que garante Luciana Boschi, Diretora da Dom Graphein (www.domgraphein.com), empresa especializada no mapeamento de competências e habilidades por meio do estudo minucioso dos mais variados formatos dos traços das letras.
No livro “Grafologia e Competências – Identificando talentos através da escrita”, pela Qualitymark Editora (parceira da Grupo LET Recursos Humanos), Luciana oferece ao mercado caminhos bem interessantes às empresas de como preencher seus postos de trabalho com profissionais realmente adequados.
Psicóloga graduada pela PUC-Rio, com MBA em Administração de Sistemas Gerenciais (UFF – 1993) Marketing (UFF – 2007), Luciana atuou durante muito tempo no Recrutamento e Seleção (RH) da antiga Mesbla. Há 12 anos, em 1998, quando saiu da Mesbla fez um curso de Grafologia, ela assegura que não tinha pretensão e a visão de que esta pudesse ser uma área tão específica e com ampla demanda dentro de Recursos Humanos. “Ao final do curso me identifiquei muito com a ferramenta de Grafologia e iniciei trabalhos específicos nesta área, fruto do convite de alguns profissionais de minha rede de contatos que começaram a me solicitar trabalhos e cursos sobre este tema”, lembra Luciana.
Somente no ano de 2009 emitiu cerca de 1000 laudos grafológicos. Em 12 anos já emitiu laudo até mesmo de presidentes de empresas, como o da Wizard Idiomas. Já passaram por suas mãos redações de atuais profissionais de empresas como AmBev, Petrobras, Wizard, Rede Globo, Bradesco Seguros, Oi, entre outras.
SITE DO GRUPO LET – Por que tem aumentado tanto a demanda pela Grafologia no mercado?
Luciana Boschi – Por várias razões. Primeiro por ser uma ferramenta fácil de ser aplicada. Requer apenas um papel totalmente em branco e sem linhas e uma caneta esferográfica. Seguimos alguns padrões. Pedimos uma redação na qual a pessoa não pode escrever no verso do papel, para que possamos avaliar o grau de profundidade da escrita. Ela pode fazer o rascunho e passar a limpo quantas vezes quiser, mas tem que entregar os dois. Não requer nenhum material sofisticado e é a única ferramenta técnica da qual se tem conhecimento que revela traços de caráter.
SITE DO GRUPO LET – Explicando ao leigo, o que é a Grafologia e o que ela pode medir?
Luciana Boschi – A Grafologia é a análise da personalidade através dos traços da escrita. Então quando entrego uma folha de papel em branco a uma pessoa é como se lhe desse um universo. Desse modo, vamos avaliar como a pessoa se expande dentro daquele universo. Se a escrita é grande, pequena, como é o espaçamento entre as letras, como é a distribuição das letras no papel. E medimos por meio disso tudo o comportamento, o caráter, traços de personalidade, habilidades, competências, como capacidade de se relacionar, nível de ambição, entre outros.
SITE DO GRUPO LET – E com qual embasamento científico você pode dizer que traços medem comportamentos?
Luciana Boschi – Por meio de estudos. A Grafologia começou em meados do século 16, quando pensadores, filósofos e escritores, começaram a perceber que existia uma correspondência entre traços escritos e traços de personalidade. Por exemplo, se a minha escrita está inclinada para o lado direito, em geral, revela uma tendência de pessoas que se inclinam em direção aos seus objetivos, que se entregam com determinação a isso. Quem escreve é o cérebro, ao enviar impulsos elétricos.
SITE DO GRUPO LET – Que diferenças no processo cerebral e comportamental existem entre escrever à mão e digitar um texto ou escrever no teclado do computador?
Luciana Boschi – A digitação no computador é mecânica, enquanto a outra é um exercício de expressividade, na qual você projeta sua personalidade.
SITE DO GRUPO LET – Por que as curvas de nossas letras indicam diferenças em nossos comportamentos? Dê exemplos disso.
Luciana Boschi – Não são as curvas nas letras que indicam diferença no comportamento. Uma escrita com pontas diz que a pessoa tende a ser resistente, se proteger, podendo ser até intransigente. Em compensação tende a ser firme, dura, líder. A curva na letra é sinal de sedução, de que eu consigo as coisas por meio da maleabilidade, da negociação, do convencimento. O que indica a mudança de comportamento de uma pessoa é qualquer alteração de formato dentro da mesma escrita. Quando uma pessoa começa a escrever de um jeito e termina de outro, vai revelar uma instabilidade de energia, de humor. Indica desequilíbrio.
SITE DO GRUPO LET – Percebemos por meio da leitura de seu livro que o mesmo formato de letra pode indicar, ao mesmo tempo, aspectos positivos e negativos de comportamento. Por que?
Luciana Boschi – Porque todos nós temos defeitos e qualidades. Por exemplo, se por um lado a escrita em curva vai falar das pessoas que conseguem seus objetivos por meio de convencimento na docilidade, em contrapartida são pessoas com menos iniciativa, que vencem muito mais pela sedução do que pela energia própria. Trata-se de uma análise quantitativa: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose; então a análise do comportamento de cada um vai sempre depender da quantidade de elementos positivos ou negativos que a pessoa apresente no momento. É bom sempre deixar claro que a Grafologia revela tendências, caminhos.
SITE DO GRUPO LET – Como você avalia uma pessoa cujo formato da letra que escreve vai mudando ao longo do tempo? O que explica isso?
Luciana Boschi – Todos nós mudamos e a escrita vai mudando também. O que explica esta mudança da letra é a nossa mudança interna. A letra apenas reflete esta mudança. Se você analisar suas letras há dois, cinco ou dez anos atrás, verá que há diferenças. Junto às letras da minha filha desde pequena (seis anos – hoje ela tem 15) e vou percebendo a evolução dela. As pessoas passam por perdas, ganhos, sucessos, fracassos e a letra denota todas essas transformações. Ela também amadurece. A letra é apenas uma fotografia daquele momento da pessoa.
SITE DO GRUPO LET – Nos processos seletivos em RH as letras podem identificar talentos. Como podemos, por exemplo, saber somente olhando para o jeito de escrever que alguém tem capacidade para ser um bom médico, ou um bom engenheiro, um bom jornalista ou ainda um bom líder em alguma atividade?
Luciana Boschi – Porque identificamos traços comportamentais de personalidade que definem perfis específicos. Ao mostrar um exemplo de letra em curva – Observe esta letra aqui; é uma letra de pessoa com menos iniciativa, mas em compensação é uma pessoa com maior capacidade de argumentação, com mais disciplina, organização. Ele é candidato, por exemplo, a uma vaga de Monitor de Assistência Técnica. Para esta vaga ele tem o perfil porque ele tem concentração, é uma pessoa paciente, calma.
SITE DO GRUPO LET – O que pode indicar em relação ao tipo de profissional aquela pessoa cuja letra cursiva nós mal conseguimos ler, está cheia de garranchos e muito esticada? Por que?
Luciana Boschi – Depende. A legibilidade está associada à clareza na comunicação. Quando mais eu me procuro fazer clara isso se associa à minha capacidade de me fazer ser compreendida. Escritas ilegíveis em geral indicam pessoas com dificuldade de comunicação, profissionais não muito transparentes. Pode ser uma pessoa que não gosta de dizer o que pensa.
SITE DO GRUPO LET – Como você interpretaria do ponto de vista psicológico uma pessoa que tem resistência à escrever qualquer coisa à mão?
Luciana Boschi – Em geral muita gente hoje tem resistência a escrever mesmo. É uma tendência mesmo de mercado em função das pessoas utilizarem mais o computador.
SITE DO GRUPO LET – Por que é importante analisarmos sempre o texto juntamente com a assinatura da pessoa?
Luciana Boschi – Porque o texto revela o nosso comportamento social, enquanto a assinatura mostra o nosso íntimo. Se você tem um texto no qual não há assinatura indica que uma pessoa se comporta socialmente, mas não gosta de revelar seu íntimo. Por exemplo, cada localização de uma assinatura tem uma interpretação diferente. A assinatura é fundamental para poder confirmar ou desmentir aqueles aspectos que a pessoa revela socialmente. Sendo assim, não é possível analisar um texto sem a assinatura. Quanto mais parecida a assinatura com o texto, melhor é a pessoa em termos de autenticidade de comportamento. Por exemplo, escritas ascendentes, com letras em direção de subida, indicam pessoas ambiciosas, proativas, com entusiasmo, energia; mas pode ter uma assinatura descendente, com as letras voltadas para baixo. O que é isso? O “dono” da letra e assinatura tenta apresentar um comportamento com mais energia, tenta superar as dificuldades; mas no seu íntimo tem problemas de auto-estima, de conseguir se aceitar, entre outros. Em resumo, pode estar em um momento que não reúne energia para superar dificuldades. Mas pode também ser apenas uma situação passageira.
SITE DO GRUPO LET – Em um processo seletivo no qual se analisa o texto junto com a assinatura; esse “casamento” entre ambos é importante para definir a classificação de um candidato, por exemplo, para um cargo de Vendedor que exija muito contato com o público, ou para um cargo de nível gerencial?
Luciana Boschi – Sim, para estes cargos, sem dúvida é muito importante o casamento entre texto e assinatura! Se você precisa de uma pessoa que tenha ambição, esta característica deve se revelar no que a pessoa se mostra e no que a pessoa é; porque caso contrário, pode ocorrer uma situação em que um Vendedor, por exemplo, no primeiro “não” que ouvir de um cliente ele vai fraquejar. Qualquer pingo do i, barra do t, curva do b, todo detalhe da letra é analisado.
“A Grafologia é uma ferramenta bem menos manipulável pelos candidatos de um processo seletivo”- Luciana Boschi
SITE DO GRUPO LET – Como costuma indicar ser o tipo de letra de um profissional que:
….sabe administrar o tempo?
Luciana Boschi – A análise da letra é um conjunto. Nunca analisamos um traço isoladamente. Neste caso específico, o conjunto de traços de uma pessoa que sabe administrar o tempo apresenta um espaçamento regular entre as palavras e entre as linhas. As palavras terminam da mesma forma que começam, porque essa pessoa tem a mesma energia para começar e para terminar uma ação. Não são pessoas impacientes que começam a palavra com um tipo de traço e encerram com outro tipo.
….sabe administrar conflitos?
Luciana Boschi – Estas pessoas também têm letras, palavras e linhas com espaçamento regular, porque isso vai dizer também que eles têm bom discernimento para saber entender as pessoas e equilibrar as relações. Essas pessoas sabem distribuir muito bem o seu texto em um papel, nunca concentrando muito as letras em um único canto do mesmo.
….tem facilidade em lidar com pressões?
Luciana Boschi – Aqui pelo menos a direção das linhas é bem retilínea ou ascendente. Nunca a direção das letras é descendente. Os traços são firmes, nunca tremidos.
….tem muito resistência à mudanças?
Luciana Boschi – São escritas muito caligráficas, redondinhas demais, “do tempo em que a professora primária pedia para fazer”. Indicam pessoas que não mudaram desde o jardim de infância. São pessoas que repetem modelos e não dão contribuições. Mudar não será a natureza dela.
….é absolutamente altruísta?
Luciana Boschi – São escritas em forma de arco invertido, por exemplo: quando o “m” é escrito em forma de “u”. São pessoas resilientes, abertos a críticas. As letras são inclinadas, seja para um lado ou para outro. Há muito pouco espaçamento entre letras e linhas.
….assume riscos calculados?
Luciana Boschi – É uma escrita totalmente vertical, sem qualquer inclinação. Em princípio indica uma pessoa que “fica em cima do muro”.
….tem extrema facilidade de ouvir as outras pessoas?
Luciana Boschi – São escritas bem espaçadas e que escrevem pouco texto. As pessoas que falam muito, em geral, escrevem texto demais, puxam setinhas para explicar, fazem emendas.
SITE DO GRUPO LET – Que peso a análise grafológica deve ter no todo de um processo de recrutamento e seleção para um cargo específico?
Luciana Boschi – A Grafologia é o meu “braço-direito” em um processo seletivo. É decisiva! Considero que esta etapa deve ser posterior à triagem do currículo, mas anterior à entrevista pessoal ou coletiva. Pela análise comportamental dos traços que a pessoa apresentou em sua redação vou conduzir a minha entrevista de forma a buscar confirmação daquela tendência. Só que eu acredito mais na Grafologia do que na entrevista, pelo fato de que ao falar o candidato pode mentir, mas não consegue fazê-lo ao escrever. A escrita denuncia o que as palavras podem estar dissimulando. A escrita é muito menos manipulável. Em relação à dinâmica de grupo penso que a grafologia também tem força. Há candidatos que fazem teatro; mas não podem esconder aquilo o que está em seu cérebro. E mesmo a pessoa estando nervosa para escrever a escrita dela não se altera.
SITE DO GRUPO LET – É possível uma análise grafológica emitir um tipo de avaliação que desminta a atitude que o candidato apresentou na dinâmica de grupo?
Luciana Boschi – É sim! Há muita gente que vem treinada para entrevistas e mesmo para dinâmicas de grupo. Nos traços da escrita posso ver com clareza se a pessoa de fato tem um perfil de liderança. Cada pessoa que avalio grafologicamente emito um laudo que comparo, geralmente, ao perfil da vaga fornecido pelo gestor.
SITE DO GRUPO LET – Quais são as maiores vantagens para os profissionais de RH que contratam este serviço como um suporte das ferramentas de RH?
Luciana Boschi – Eles adquirem uma ferramenta mais fiel, precisa, assertiva e menos manipulável pelos candidatos. E isso pode ser comprovado por inúmeras situações do cotidiano. Tenho sempre um feedback muito positivo das empresas em relação aos candidatos admitidos via exames de Grafologia. Conto com clientes que me acompanham há mais de 10 anos e não abrem mão da análise grafológica na etapa final do processo seletivo.
SITE DO GRUPO LET – Existe alguma variável na Grafologia que faça diferenciação entre canhotos e destros? Qual? Por que?
Luciana Boschi – Não. Isso não faz diferença alguma para a análise dos traços.
SITE DO GRUPO LET – Para onde caminha atualmente o estudo da Grafologia?
Luciana Boschi – Existe em São Paulo a SOBRAG (Sociedade Brasileira de Grafologia) a qual sou filiada. Estão tentando dar uma força à Grafologia, que infelizmente não é uma ferramenta com reconhecimento científico. Esta é uma questão política. No Brasil a Grafologia está se expandindo, mas esta já é uma ciência muito desenvolvida na Espanha, na Itália, na França, países berço da Grafologia. No Brasil por se tratar de uma ferramenta ainda relativamente cara acaba sendo mais solicitada para os cargos de nível médio e superior. Aqui na Dom Graphein evitamos utilizá-la para cargos de nível fundamental, uma vez que essas pessoas tendem a ter mais dificuldade em desenvolver um tema.
SITE DO GRUPO LET – Além de Recrutamento e Seleção, a Grafologia pode ser usada para a realocação do profissional para outro cargo dentro daquela empresa, a chamada reestruturação profissional?
Luciana Boschi – Sim, para esta função a Grafologia também tem alto índice de assertividade. Por vezes a empresa muda muito, em função de fusões, aquisições, muda a equipe e as pessoas precisam ser redirecionadas. A análise dos traços de suas letras auxiliam o casamento dessas novas competências exigidas pela empresa que mudou.
SITE DO GRUPO LET – Por favor, faça uma avaliação da personalidade deste jornalista (Alexandre Peconick) por meio de duas frases que você me dite para eu escrever. O que a minha grafia (imagem abaixo) indica sobre minha personalidade e sobre minhas competências profissionais?
Luciana Boschi – Os formatos de “triângulos” e muitas de suas letras indicam imposição das idéias. Você consegue fazer valer seus pontos de vista, se fazer ouvir. Como sua escrita é profunda você denota muita intensidade no que faz, força de vontade e energia. É uma pessoa batalhadora, firme e determinada. Você é uma pessoa que respeita as regras sociais, com boa capacidade de adaptação. Sua escrita é tipográfica, o que revela uma pessoa que, em princípio, não gosta de se mostrar, é defensiva. É flexível no trabalho, mas autoritário dentro de casa.
O “s” ligado à outra letra revela uma pessoa ciumenta, que gosta de demarcar território, que valoriza suas conquistas. Ao mesmo tempo é uma pessoa com alta capacidade de liderança, de iniciativa.
A letra “A” que se parece com o número “2” pode indicar preocupação financeira.
Em relação à sua assinatura, enfeitada e ascendente, indica uma auto-estima elevada. A assinatura próxima ao texto, como a sua, indica pessoa que assume o que diz e faz o que diz, não volta atrás de uma decisão. Sustenta suas idéias. Você é autêntico.
Alexandre Peconick | publicado em http://www.grupolet.com | 01/03/2010
A personalidade através da escrita
/em Livros /por Luciana BoschiA chave para a personalidade
Você já parou para pensar que não consegue escrever e conversar ao mesmo tempo? Isto se deve ao fato de que, para escrever, é preciso raciocinar, entender e ver o que se escreve, afinal cada letra ou palavra é produto do pensamento, de um ato pensado e inteligente. Trata-se de um processo escritural e que exige concentração.
Porém, as letras e traços que utilizamos para escrever um texto, por exemplo, não são uma criação voluntária nem individual. Dizem respeito a um conjunto de símbolos – ao escrevermos, estamos reproduzindo sinais que nos foram ensinados. Quando fomos alfabetizados, lá no jardim de infância, aprendemos aquela escrita “caligráfica” do professor primário.
Porém, à medida que crescemos, amadurecemos e evoluímos, nossa escrita também se transforma e evolui. Vamos nos individualizando e personalizando, e com a escrita não é diferente. Esta também vai adquire formas próprias e se particulariza.
E isso é simples de se observar. Reúna um grupo de crianças e peça-lhes que escrevam algumas linhas. Você vai observar, naturalmente, determinados tremores. Mas, mesmo sendo comuns tais traços tremidos e vacilantes – afinal elas ainda não têm o controle da motricidade fina e, por isso, têm dificuldade na sustentação da caneta –, pode-se comprovar que cada uma delas, ao longo da aprendizagem da escrita, já começa a imprimir seus traços próprios, ou seja, determinadas modificações pessoais que permitirão ao professor reconhecer facilmente cada aluno pela letra.
Essas modificações do modelo original e caligráfico são verdadeiros gestos inconscientes e que vão refletir a personalidade de quem escreve. Cada traço diferente que aparece num texto vai revelar sinais daquela personalidade. E são estes sinais individuais que vão diferenciar entre si todas as pessoas do planeta. Assim como não existem duas impressões digitais iguais (cada um tem a sua), também não existem duas grafias iguais.
Experimente: peça a um grupo de 5 ou 6 pessoas que você conhece para escreverem um pequeno texto de 3 linhas num pedaço de papel, sem assinar. Você será capaz de identificar cada uma delas? Sim, será, porque não existem duas grafias iguais – cada pessoa traz em sua escrita indicadores de um conjunto de atitudes, habilidades e comportamentos.
A caligrafia é a escrita da mente; a mão apenas segura a pena e obedece ao comando do cérebro. Quando começamos a redigir um texto, estamos sendo comandados pelo nosso consciente – e, por isso, existe uma preocupação maior com a arrumação e apresentação do texto no papel.
À medida que vamos nos envolvendo com o texto, o nosso consciente tende a ir relaxando e começamos, então, a ser comandados pelo nosso inconsciente. Por conseqüência, todos os nossos flutuantes estados de espírito são inconscientemente impressos na escrita, revelando nossas características mais particulares – aquelas que vão nos diferenciar das outras pessoas.
Nesse sentido, torna-se possível verificar uma infinidade de características através da escrita. Por ela, podemos observar sua capacidade laboral, ou seja, a maneira como ela trabalha: sinais de inteligência e originalidade de idéias; se a pessoa tem planejamento e organização em suas tarefas; se tem boa memória ou não. Indícios de perseverança e ambição também são visíveis.
É sabido que todo indivíduo tem suas preferências de estilo. Algumas pessoas são convencionais por natureza, daí sua escrita manter-se fiel ao modelo caligráfico. Outras se distanciam do convencionalismo e agem de acordo com seus desejos – neste caso, sua caligrafia vai refletir estes impulsos e apresentará maior quantidade de traços originais. Tais traços originais podem referir-se a pessoas com maior nível de criatividade.
Nas questões sociais, é possível analisar a maneira como ela se relaciona com os que estão à sua volta: se respeita o espaço alheio ou não. Podemos observar quando a pessoa é intuitiva; se é realista ou sonhadora; se ela busca os relacionamentos ou se se afasta dos demais, se é confiante ou desconfiada, etc.
Pessoas mais expansivas tendem a ter gestos mais largos e espírito mais aberto – provavelmente sua letra será de dimensão grande, ao passo que letras de dimensão pequena podem estar revelando uma personalidade mais reservada e cautelosa. Indivíduos organizados geralmente têm a redação clara, ordenada e o texto bem enquadrado, respeitando as margens do papel.
Curvas e ângulos também são indicadores de comportamentos particulares. Indivíduos mais dóceis, gentis e sociáveis tendem a uma escrita com mais curvas, ou seja, traços mais redondos, enquanto os ângulos (pontas) vão sinalizar indivíduos com maior vontade própria, energia, coragem e firmeza.
A assinatura tem um papel conclusivo na composição do perfil analisado, pois é ela quem vai legitimar, ou não, o que foi dito acima. O texto em si refere-se ao comportamento social da pessoa, enquanto a assinatura trata do comportamento íntimo. Dessa forma, deve-se observar se há harmonia na relação texto x assinatura. Tal análise tornar-se-á decisiva para o resultado final de um parecer grafológico.
Assim, compreende-se que o estudo grafológico pode nos servir muitas informações sobre aquele que escreve. Além dos traços de personalidade e caráter, podemos identificar suas habilidades e competências necessárias às atividades a serem realizadas.
A Personalidade Através da Escrita
Luciana Boschi
Ed. E-Papers
R$ 35,00
Por: Fernanda Paixão 24/11/2013
Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Luciana Boschi encontrou na grafologia, análise
dapersonalidade através da escrita, uma ótima forma de aprimorar seus estudos e traçar perfis de pessoas.
Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Luciana Boschi encontrou na grafologia, análise da personalidade através da escrita, uma ótima forma de aprimorar seus estudos e traçar perfis de pessoas. Mesmo não sendo necessário a formação em psicologia para ingressar nos estudos da grafia, ela integrou as áreas, lançou dois livros sobre o tema (“A personalidade através da escrita” e “Identificando talentos através da escrita – Grafologia e competências”), abriu uma consultoria que emite laudos grafológicos para seleção em empresas e laudos individuais para autoconhecimento. Nesta entrevista, ela fala sobre esse pouco conhecido campo do estudo da grafia:
Como é o trabalho de um grafólogo?
Esse profissional analisa a personalidade da pessoa através da sua escrita. Para essa análise, a pessoa faz uma redação de 15 a 20 linhas, com a sua assinatura no final, e traçamos um perfil comportamental dela através da sua letra.
Como o resultado dessa análise pode ajudar as pessoas?
A grafologia ajuda as pessoas a se conhecerem melhor e, por consequência, a conviverem melhor, fazendo melhores escolhas.
E a partir de Quando você decidiu seguir esses estudos?
Sou psicóloga e sempre trabalhei na área de relações humanas, aplicando testes nos processos seletivos. Sempre achei que a redação revela muito da pessoa, como defender um ponto de vista, capacidade de argumentar, coerência na linha de pensamento etc. Daí, quis conhecer mais a fundo este estudo.
Além da psicologia, você tem formação em marketing. Essas áreas ajudam ou influenciam suas atividades como grafóloga?
Fiz o MBA em marketing para ter uma visão mais comercial do meu negócio. Isso não tem nada a ver com a grafologia. Para trabalhar com grafologia fiz cursos específicos de diagnósticos psicológicos e comportamentais. O estudo da Psicologia ajuda em muito, com este conhecimento desenvolvemos um olhar mais clínico sobre as pessoas e seus comportamentos.
Quais os traços mais recorrentes que você identifica nas grafias?
Não existe. O ser humano é infinito e as escritas também. Cada pessoa é diferente da outra, assim como a impressão digital.
Como o perfil traçado dos funcionários a partir deste tipo de análise pode auxiliar a melhorar a dinâmica de uma empresa?
Nosso modelo de laudo revela os tipos de relacionamentos que o indivíduo estabelece e sua flexibilidade, potencial intelectual e habilidades criadoras, raciocínio lógico x intuitivo, níveis de liderança e ambição, capacidade de argumentação e negociação, comunicação, abertura a mudanças e facilidade para aquisição de novas competências, organização e visão de curto, médio e longo prazos, além de aptidões diversas. Neste sentido, quando as pessoas se conhecem melhor, elas vão sabendo lidar melhor com o outro. Aí fica mais fácil a interação e, também, é mais fácil a contratação, reduzindo o índice de erros nas seleções.
Quando entrou neste campo de estudo, você passou a se enxergar de uma forma diferente a partir de sua própria escrita?
A princípio sim, mas com o tempo fui me entendendo melhor. Acho que a grafologia como ferramenta de autoconhecimento nos ajuda muito a sabermos quem somos, o que queremos e onde queremos chegar. É como uma lupa em nós mesmos.
Como costuma ser a reação das pessoas após a análise da grafia?
No geral, ficam impressionadas com as informações que podemos captar pela letra. Não imaginam como é rico o material.
Que particularidades na grafia podem revelar traços de personalidade?
Observamos nas letras, o tamanho, inclinação, ligação entre elas, margens, pressão, velocidade, formato, entre outros aspectos. A escrita arredondada, por exemplo, é o meio termo entre a angulosa, que indica firmeza, e a redonda, que sugere suavidade e sedução. Os M e N em forma de U indicam franqueza, receptividade e tolerância para lidar com os diversos tipos de comportamento. Estes traços também sinalizam expansão dos contatos e relacionamentos baseados na autoconfiança. A “escrita agrupada” caracteriza-se pela união de 3 a 5 letras que formam grupos. Este aspecto diz respeito à capacidade de adaptação e julgamentos flexíveis. Sugere, ainda, organização, coordenação e boa assimilação de ideias.
“O ser humano é infinito e as escritas também. Cada pessoa é diferente da outra, assim como a impressão digital.”
(fonte: O Fluminense)
Uma folha de papel revela um universo de situações sobre uma pessoa capaz de mostrá-la ao mundo de forma mais verídica do que em uma entrevista de processo seletivo. Pelo menos é o que garante Luciana Boschi, Diretora da Dom Graphein (www.domgraphein.com), empresa especializada no mapeamento de competências e habilidades por meio do estudo minucioso dos mais variados formatos dos traços das letras.
No livro “Grafologia e Competências – Identificando talentos através da escrita”, pela Qualitymark Editora (parceira da Grupo LET Recursos Humanos), Luciana oferece ao mercado caminhos bem interessantes às empresas de como preencher seus postos de trabalho com profissionais realmente adequados.
Psicóloga graduada pela PUC-Rio, com MBA em Administração de Sistemas Gerenciais (UFF – 1993) Marketing (UFF – 2007), Luciana atuou durante muito tempo no Recrutamento e Seleção (RH) da antiga Mesbla. Há 12 anos, em 1998, quando saiu da Mesbla fez um curso de Grafologia, ela assegura que não tinha pretensão e a visão de que esta pudesse ser uma área tão específica e com ampla demanda dentro de Recursos Humanos. “Ao final do curso me identifiquei muito com a ferramenta de Grafologia e iniciei trabalhos específicos nesta área, fruto do convite de alguns profissionais de minha rede de contatos que começaram a me solicitar trabalhos e cursos sobre este tema”, lembra Luciana.
Somente no ano de 2009 emitiu cerca de 1000 laudos grafológicos. Em 12 anos já emitiu laudo até mesmo de presidentes de empresas, como o da Wizard Idiomas. Já passaram por suas mãos redações de atuais profissionais de empresas como AmBev, Petrobras, Wizard, Rede Globo, Bradesco Seguros, Oi, entre outras.
SITE DO GRUPO LET – Por que tem aumentado tanto a demanda pela Grafologia no mercado?
Luciana Boschi – Por várias razões. Primeiro por ser uma ferramenta fácil de ser aplicada. Requer apenas um papel totalmente em branco e sem linhas e uma caneta esferográfica. Seguimos alguns padrões. Pedimos uma redação na qual a pessoa não pode escrever no verso do papel, para que possamos avaliar o grau de profundidade da escrita. Ela pode fazer o rascunho e passar a limpo quantas vezes quiser, mas tem que entregar os dois. Não requer nenhum material sofisticado e é a única ferramenta técnica da qual se tem conhecimento que revela traços de caráter.
SITE DO GRUPO LET – Explicando ao leigo, o que é a Grafologia e o que ela pode medir?
Luciana Boschi – A Grafologia é a análise da personalidade através dos traços da escrita. Então quando entrego uma folha de papel em branco a uma pessoa é como se lhe desse um universo. Desse modo, vamos avaliar como a pessoa se expande dentro daquele universo. Se a escrita é grande, pequena, como é o espaçamento entre as letras, como é a distribuição das letras no papel. E medimos por meio disso tudo o comportamento, o caráter, traços de personalidade, habilidades, competências, como capacidade de se relacionar, nível de ambição, entre outros.
SITE DO GRUPO LET – E com qual embasamento científico você pode dizer que traços medem comportamentos?
Luciana Boschi – Por meio de estudos. A Grafologia começou em meados do século 16, quando pensadores, filósofos e escritores, começaram a perceber que existia uma correspondência entre traços escritos e traços de personalidade. Por exemplo, se a minha escrita está inclinada para o lado direito, em geral, revela uma tendência de pessoas que se inclinam em direção aos seus objetivos, que se entregam com determinação a isso. Quem escreve é o cérebro, ao enviar impulsos elétricos.
SITE DO GRUPO LET – Que diferenças no processo cerebral e comportamental existem entre escrever à mão e digitar um texto ou escrever no teclado do computador?
Luciana Boschi – A digitação no computador é mecânica, enquanto a outra é um exercício de expressividade, na qual você projeta sua personalidade.
SITE DO GRUPO LET – Por que as curvas de nossas letras indicam diferenças em nossos comportamentos? Dê exemplos disso.
Luciana Boschi – Não são as curvas nas letras que indicam diferença no comportamento. Uma escrita com pontas diz que a pessoa tende a ser resistente, se proteger, podendo ser até intransigente. Em compensação tende a ser firme, dura, líder. A curva na letra é sinal de sedução, de que eu consigo as coisas por meio da maleabilidade, da negociação, do convencimento. O que indica a mudança de comportamento de uma pessoa é qualquer alteração de formato dentro da mesma escrita. Quando uma pessoa começa a escrever de um jeito e termina de outro, vai revelar uma instabilidade de energia, de humor. Indica desequilíbrio.
SITE DO GRUPO LET – Percebemos por meio da leitura de seu livro que o mesmo formato de letra pode indicar, ao mesmo tempo, aspectos positivos e negativos de comportamento. Por que?
Luciana Boschi – Porque todos nós temos defeitos e qualidades. Por exemplo, se por um lado a escrita em curva vai falar das pessoas que conseguem seus objetivos por meio de convencimento na docilidade, em contrapartida são pessoas com menos iniciativa, que vencem muito mais pela sedução do que pela energia própria. Trata-se de uma análise quantitativa: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose; então a análise do comportamento de cada um vai sempre depender da quantidade de elementos positivos ou negativos que a pessoa apresente no momento. É bom sempre deixar claro que a Grafologia revela tendências, caminhos.
SITE DO GRUPO LET – Como você avalia uma pessoa cujo formato da letra que escreve vai mudando ao longo do tempo? O que explica isso?
Luciana Boschi – Todos nós mudamos e a escrita vai mudando também. O que explica esta mudança da letra é a nossa mudança interna. A letra apenas reflete esta mudança. Se você analisar suas letras há dois, cinco ou dez anos atrás, verá que há diferenças. Junto às letras da minha filha desde pequena (seis anos – hoje ela tem 15) e vou percebendo a evolução dela. As pessoas passam por perdas, ganhos, sucessos, fracassos e a letra denota todas essas transformações. Ela também amadurece. A letra é apenas uma fotografia daquele momento da pessoa.
SITE DO GRUPO LET – Nos processos seletivos em RH as letras podem identificar talentos. Como podemos, por exemplo, saber somente olhando para o jeito de escrever que alguém tem capacidade para ser um bom médico, ou um bom engenheiro, um bom jornalista ou ainda um bom líder em alguma atividade?
Luciana Boschi – Porque identificamos traços comportamentais de personalidade que definem perfis específicos. Ao mostrar um exemplo de letra em curva – Observe esta letra aqui; é uma letra de pessoa com menos iniciativa, mas em compensação é uma pessoa com maior capacidade de argumentação, com mais disciplina, organização. Ele é candidato, por exemplo, a uma vaga de Monitor de Assistência Técnica. Para esta vaga ele tem o perfil porque ele tem concentração, é uma pessoa paciente, calma.
SITE DO GRUPO LET – O que pode indicar em relação ao tipo de profissional aquela pessoa cuja letra cursiva nós mal conseguimos ler, está cheia de garranchos e muito esticada? Por que?
Luciana Boschi – Depende. A legibilidade está associada à clareza na comunicação. Quando mais eu me procuro fazer clara isso se associa à minha capacidade de me fazer ser compreendida. Escritas ilegíveis em geral indicam pessoas com dificuldade de comunicação, profissionais não muito transparentes. Pode ser uma pessoa que não gosta de dizer o que pensa.
SITE DO GRUPO LET – Como você interpretaria do ponto de vista psicológico uma pessoa que tem resistência à escrever qualquer coisa à mão?
Luciana Boschi – Em geral muita gente hoje tem resistência a escrever mesmo. É uma tendência mesmo de mercado em função das pessoas utilizarem mais o computador.
SITE DO GRUPO LET – Por que é importante analisarmos sempre o texto juntamente com a assinatura da pessoa?
Luciana Boschi – Porque o texto revela o nosso comportamento social, enquanto a assinatura mostra o nosso íntimo. Se você tem um texto no qual não há assinatura indica que uma pessoa se comporta socialmente, mas não gosta de revelar seu íntimo. Por exemplo, cada localização de uma assinatura tem uma interpretação diferente. A assinatura é fundamental para poder confirmar ou desmentir aqueles aspectos que a pessoa revela socialmente. Sendo assim, não é possível analisar um texto sem a assinatura. Quanto mais parecida a assinatura com o texto, melhor é a pessoa em termos de autenticidade de comportamento. Por exemplo, escritas ascendentes, com letras em direção de subida, indicam pessoas ambiciosas, proativas, com entusiasmo, energia; mas pode ter uma assinatura descendente, com as letras voltadas para baixo. O que é isso? O “dono” da letra e assinatura tenta apresentar um comportamento com mais energia, tenta superar as dificuldades; mas no seu íntimo tem problemas de auto-estima, de conseguir se aceitar, entre outros. Em resumo, pode estar em um momento que não reúne energia para superar dificuldades. Mas pode também ser apenas uma situação passageira.
SITE DO GRUPO LET – Em um processo seletivo no qual se analisa o texto junto com a assinatura; esse “casamento” entre ambos é importante para definir a classificação de um candidato, por exemplo, para um cargo de Vendedor que exija muito contato com o público, ou para um cargo de nível gerencial?
Luciana Boschi – Sim, para estes cargos, sem dúvida é muito importante o casamento entre texto e assinatura! Se você precisa de uma pessoa que tenha ambição, esta característica deve se revelar no que a pessoa se mostra e no que a pessoa é; porque caso contrário, pode ocorrer uma situação em que um Vendedor, por exemplo, no primeiro “não” que ouvir de um cliente ele vai fraquejar. Qualquer pingo do i, barra do t, curva do b, todo detalhe da letra é analisado.
“A Grafologia é uma ferramenta bem menos manipulável pelos candidatos de um processo seletivo”- Luciana Boschi
SITE DO GRUPO LET – Como costuma indicar ser o tipo de letra de um profissional que:
….sabe administrar o tempo?
Luciana Boschi – A análise da letra é um conjunto. Nunca analisamos um traço isoladamente. Neste caso específico, o conjunto de traços de uma pessoa que sabe administrar o tempo apresenta um espaçamento regular entre as palavras e entre as linhas. As palavras terminam da mesma forma que começam, porque essa pessoa tem a mesma energia para começar e para terminar uma ação. Não são pessoas impacientes que começam a palavra com um tipo de traço e encerram com outro tipo.
….sabe administrar conflitos?
Luciana Boschi – Estas pessoas também têm letras, palavras e linhas com espaçamento regular, porque isso vai dizer também que eles têm bom discernimento para saber entender as pessoas e equilibrar as relações. Essas pessoas sabem distribuir muito bem o seu texto em um papel, nunca concentrando muito as letras em um único canto do mesmo.
….tem facilidade em lidar com pressões?
Luciana Boschi – Aqui pelo menos a direção das linhas é bem retilínea ou ascendente. Nunca a direção das letras é descendente. Os traços são firmes, nunca tremidos.
….tem muito resistência à mudanças?
Luciana Boschi – São escritas muito caligráficas, redondinhas demais, “do tempo em que a professora primária pedia para fazer”. Indicam pessoas que não mudaram desde o jardim de infância. São pessoas que repetem modelos e não dão contribuições. Mudar não será a natureza dela.
….é absolutamente altruísta?
Luciana Boschi – São escritas em forma de arco invertido, por exemplo: quando o “m” é escrito em forma de “u”. São pessoas resilientes, abertos a críticas. As letras são inclinadas, seja para um lado ou para outro. Há muito pouco espaçamento entre letras e linhas.
….assume riscos calculados?
Luciana Boschi – É uma escrita totalmente vertical, sem qualquer inclinação. Em princípio indica uma pessoa que “fica em cima do muro”.
….tem extrema facilidade de ouvir as outras pessoas?
Luciana Boschi – São escritas bem espaçadas e que escrevem pouco texto. As pessoas que falam muito, em geral, escrevem texto demais, puxam setinhas para explicar, fazem emendas.
SITE DO GRUPO LET – Que peso a análise grafológica deve ter no todo de um processo de recrutamento e seleção para um cargo específico?
Luciana Boschi – A Grafologia é o meu “braço-direito” em um processo seletivo. É decisiva! Considero que esta etapa deve ser posterior à triagem do currículo, mas anterior à entrevista pessoal ou coletiva. Pela análise comportamental dos traços que a pessoa apresentou em sua redação vou conduzir a minha entrevista de forma a buscar confirmação daquela tendência. Só que eu acredito mais na Grafologia do que na entrevista, pelo fato de que ao falar o candidato pode mentir, mas não consegue fazê-lo ao escrever. A escrita denuncia o que as palavras podem estar dissimulando. A escrita é muito menos manipulável. Em relação à dinâmica de grupo penso que a grafologia também tem força. Há candidatos que fazem teatro; mas não podem esconder aquilo o que está em seu cérebro. E mesmo a pessoa estando nervosa para escrever a escrita dela não se altera.
SITE DO GRUPO LET – É possível uma análise grafológica emitir um tipo de avaliação que desminta a atitude que o candidato apresentou na dinâmica de grupo?
Luciana Boschi – É sim! Há muita gente que vem treinada para entrevistas e mesmo para dinâmicas de grupo. Nos traços da escrita posso ver com clareza se a pessoa de fato tem um perfil de liderança. Cada pessoa que avalio grafologicamente emito um laudo que comparo, geralmente, ao perfil da vaga fornecido pelo gestor.
SITE DO GRUPO LET – Quais são as maiores vantagens para os profissionais de RH que contratam este serviço como um suporte das ferramentas de RH?
Luciana Boschi – Eles adquirem uma ferramenta mais fiel, precisa, assertiva e menos manipulável pelos candidatos. E isso pode ser comprovado por inúmeras situações do cotidiano. Tenho sempre um feedback muito positivo das empresas em relação aos candidatos admitidos via exames de Grafologia. Conto com clientes que me acompanham há mais de 10 anos e não abrem mão da análise grafológica na etapa final do processo seletivo.
SITE DO GRUPO LET – Existe alguma variável na Grafologia que faça diferenciação entre canhotos e destros? Qual? Por que?
Luciana Boschi – Não. Isso não faz diferença alguma para a análise dos traços.
SITE DO GRUPO LET – Para onde caminha atualmente o estudo da Grafologia?
Luciana Boschi – Existe em São Paulo a SOBRAG (Sociedade Brasileira de Grafologia) a qual sou filiada. Estão tentando dar uma força à Grafologia, que infelizmente não é uma ferramenta com reconhecimento científico. Esta é uma questão política. No Brasil a Grafologia está se expandindo, mas esta já é uma ciência muito desenvolvida na Espanha, na Itália, na França, países berço da Grafologia. No Brasil por se tratar de uma ferramenta ainda relativamente cara acaba sendo mais solicitada para os cargos de nível médio e superior. Aqui na Dom Graphein evitamos utilizá-la para cargos de nível fundamental, uma vez que essas pessoas tendem a ter mais dificuldade em desenvolver um tema.
SITE DO GRUPO LET – Além de Recrutamento e Seleção, a Grafologia pode ser usada para a realocação do profissional para outro cargo dentro daquela empresa, a chamada reestruturação profissional?
Luciana Boschi – Sim, para esta função a Grafologia também tem alto índice de assertividade. Por vezes a empresa muda muito, em função de fusões, aquisições, muda a equipe e as pessoas precisam ser redirecionadas. A análise dos traços de suas letras auxiliam o casamento dessas novas competências exigidas pela empresa que mudou.
SITE DO GRUPO LET – Por favor, faça uma avaliação da personalidade deste jornalista (Alexandre Peconick) por meio de duas frases que você me dite para eu escrever. O que a minha grafia (imagem abaixo) indica sobre minha personalidade e sobre minhas competências profissionais?
Luciana Boschi – Os formatos de “triângulos” e muitas de suas letras indicam imposição das idéias. Você consegue fazer valer seus pontos de vista, se fazer ouvir. Como sua escrita é profunda você denota muita intensidade no que faz, força de vontade e energia. É uma pessoa batalhadora, firme e determinada. Você é uma pessoa que respeita as regras sociais, com boa capacidade de adaptação. Sua escrita é tipográfica, o que revela uma pessoa que, em princípio, não gosta de se mostrar, é defensiva. É flexível no trabalho, mas autoritário dentro de casa.
O “s” ligado à outra letra revela uma pessoa ciumenta, que gosta de demarcar território, que valoriza suas conquistas. Ao mesmo tempo é uma pessoa com alta capacidade de liderança, de iniciativa.
A letra “A” que se parece com o número “2” pode indicar preocupação financeira.
Em relação à sua assinatura, enfeitada e ascendente, indica uma auto-estima elevada. A assinatura próxima ao texto, como a sua, indica pessoa que assume o que diz e faz o que diz, não volta atrás de uma decisão. Sustenta suas idéias. Você é autêntico.
Alexandre Peconick | publicado em http://www.grupolet.com | 01/03/2010
A letra de cada ser humano é tão única como sua impressão digital e pode ser usada para saber mais a respeito da personalidade,do caráter, das competências profissionais e até mesmo sobre saúde. O SRZD mostra um pouco mais sobre a grafologia, o instrumento usado para estudar a escrita, que tem sido usada em processos seletivos por diversas empresas, em tribunais e outras atividades.
– Dicas e exemplos de análise de textos
“A escrita é uma fotografia do estado de ânimo, por isso a letra pode mudar. Por exemplo, se a pessoa dormir mal, vai escrever de uma forma diferente. Porém, a essência da escrita, os traços continuam presentes”, destacou a grafóloga Luciana Boschi ao SRZD . Ela trabalha há 15 anos com análises grafológicas, em especial para recursos humanos.
“O campo da grafologia é muito amplo. Alguns grafólogos podem ajudar médicos a identificar doenças, por exemplo, o jeito que uma pessoa escreve pode revelar um problema renal ou de estômago. Eu trabalho com processos seletivos, orientação vocacional, laudos para tribunais. Além disso, faço análises individuais para quem quer se conhecer melhor, mas uma mulher até já me procurou para tentar descobrir se o marido estava tendo um caso extraconjugal”, explicou Boschi.
Para fazer a análise, o grafólogo precisa apenas de um texto, de cerca de 20 linhas, escrito em um papel sem pautas (linhas) e assinado pelo autor. O tema pode ser livre, sendo possível até analisar textos escritos e outro idioma.
“A gente pode fazer análises em outros idiomas, pois o que importa é a letra mesmo. Porém, se der para entender é melhor, pois podemos avaliar a emoção, a maturidade do autor. Na análise, o texto vai nos revelar o comportamento social, como a pessoa se mostra para os outros, seria o ‘como as pessoas me veem’. Já a assinatura é individual, ela revela como a própria pessoa se vê. Por exemplo, quando um alguém assina de forma ilegível pode tentar se esconder. Se a assinatura for muito diferente do resto do texto, pode mostrar uma dissimulação”, esclareceu a grafóloga ao SRZD .
“O espaço gráfico, a ordem, a dimensão, a forma, a ligação, a pressão, a velocidade, a inclinação, a continuidade, a direção e as margens são os pontos básicos que usamos para fazer a análise para o laudo. Além disso, as rasuras também podem revelar dados de personalidade. Por exemplo, quem erra ao escrever e depois risca tudo para cobrir pode revelar que a pessoa tem problemas para assumir seus erros ao contrário daquelas que apenas riscam com traço limpo”, completou. Boschi também avisa que não adianta a pessoa tentar disfarçar a letra, pois o grafólogo irá perceber.
“Não tem como tentar camuflar a letra, pois no momento em que você começa a se concentrar e se envolver com o texto a sua verdadeira letra vai se revelar. O consciente relaxa e o inconsciente vai entrar em ação. O grafólogo tem como perceber a desonestidade na escrita”, concluiu.
Laura Machado | publicado em http://www.sidneyrezende.com/editoria/ciencias | 23/10/2011
Dúvidas mais comuns da Grafologia
/em Videos /por Luciana BoschiLuciana Boschi no “Encontro com Fátima Bernardes” (Rede Globo)
/0 Comentários/em Videos /por Luciana BoschiInstitucional
/em Serviços /por Luciana BoschiConsultoria especializada em MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS, aplicando a ANÁLISE DA ESCRITA e demais técnicas de diagnóstico para identificar HABILIDADES e TALENTOS, com foco no desenvolvimento tanto INDIVIDUAL como DE GRUPO.
Com atuação desde 1998, a Dom Graphein é também um Centro de Capacitação Profissional, oferecendo Cursos, Treinamentos e Programas de Desenvolvimento, tanto ao público em geral como in company.
Nosso diferencial é o Laudo de Mapeamento de Competências, onde o cliente pode analisar em detalhes cada um de seus candidatos.
Coordenação Técnica: Luciana Boschi
Grafologia e competências – Identificando talentos através da escrita
/em Livros /por Luciana BoschiA avaliação de potencial é considerada um dos mais delicados processos na gestão de pessoas. Um dos obstáculos tem sido a utilização de ferramentas muito complexas, de difícil aplicação e de uso quase exclusivo de especialistas. Com enfoque excessivamente psicológico, os gestores praticamente não tinham acesso direto aos resultados.
A expansão da grafologia como ferramenta de aferição de potencial facilitou em muito o trabalho dos avaliadores. De fácil aplicação, o método permite identificar características de personalidade e caráter, possibilitando um completo mapeamento do perfil a ser analisado.
A grafologia é uma técnica de observação e interpretação, que possibilita o estudo do sujeito pela análise de sua grafia. O ato de escrever é um mecanismo inconsciente e pode ser estudado sob 3 perspectivas: projetiva, pois projeta a personalidade a partir de certas convenções, como margens, acentos e parágrafos; expressiva, porque é um gesto de expressão da psicomotricidade, e representativa, porque as formas da escrita representam uma escolha, mostram de maneira inconsciente a impressão que o escritor deseja passar a quem o lê.
Freud, em sua teoria da psicanálise, ressaltou a influência do inconsciente na vida cotidiana de cada indivíduo. E Carl Jung, seu discípulo, também relacionou a psique à conduta do sujeito e ao seu modo de ver e entender o mundo que o rodeia.
O ato de escrever é inconsciente e responde aos impulsos cerebrais – quem escreve é o cérebro e a escrita é influenciada por todos os tipos de impulsos nervosos. Cada pessoa tem seu estilo de comportamento e, diante de uma mesma tarefa, cada um irá organizar a situação a seu modo.
A forma particular que um indivíduo dá a uma determinada letra do alfabeto normalmente tem origem em diversos fatores físicos e emocionais. Quando escrevemos, produzimos sinais gráficos como símbolos que correspondem ao nosso verdadeiro caráter e modo de pensar.
Por isso, torna-se impossível disfarçar a própria letra ou copiar a letra de outra pessoa. Neste sentido, pode-se dizer que não existem duas escritas iguais porque não existem duas pessoas iguais.
O exame grafológico busca identificar os traços que diferenciam uma pessoa da outra. Mapear o perfil de uma pessoa significa saber como ela é e ter um razoável prognóstico de suas formas de agir, pensar e sentir, visando aliar ao local de trabalho o alcance de resultados para que cada um possa colocar em prática seus talentos e qualidades de forma mais eficaz.
Portanto, como a escrita está profundamente ligada aos fatores que determinam nosso comportamento, sua análise nos permitirá identificar os tipos de relacionamentos e sua flexibilidade, potencial intelectual e habilidades criadoras, níveis de liderança, capacidade de argumentação e negociação, comunicação, abertura a mudanças e facilidade para aquisição de novas competências, organização e visão de curto, médio e longo prazos, e aptidões diversas.
Grafologia e competências
Identificando talentos através da escrita
Luciana Boschi
Ed.Semente Editorial (2010)
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Nossos serviços
/em Serviços /por Luciana BoschiPrestamos consultoria e assessoria para empresas, aplicando a GRAFOLOGIA e demais Ferramentas de Diagnóstico para:
Nosso diferencial